31/01/2013 – Alckmin anuncia nova linha de metrô e quer entrega em 2018
Valor Econômico
Raphael Di Cunto e Guilherme Soares Dias
Com o transporte de massa como vitrine da gestão, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou ontem a licitação das obras de uma nova linha de metrô e a intenção de antecipar a entrega dela de 2020 para 2018, quando os aliados de Alckmin projetam que ele disputará a Presidência da República na sucessão da presidente Dilma Rousseff.
“O caminho de São Paulo é o trilho: metrô, monotrilho, Veículo Leve sobre Trilhos [VLT]”, disse Alckmin, ao listar os projetos em execução, entre eles a conclusão da Linha 4-Amarela (Luz-Vila Sônia), prevista para 2014, quando deve tentar a reeleição para o governo paulista, e construção de outras quatro linhas, que devem ser entregues depois.
Segundo Alckmin, o consórcio da Linha 6 terá seis anos para entregar o trajeto, mas o governo trabalha para antecipar a conclusão em dois anos. “A iniciativa privada pode surpreender positivamente e entregar a obra antes, já que tem interesse em receber o retorno financeiro com o início das operações”, disse.
Na opinião do governador, o risco de atrasos é menor porque a responsabilidade é totalmente da contratada. “Esta será a primeira obra de metrô integralmente privada, desde a construção até a operação. A Linha 4-Amarela foi construída pelo governo do Estado e é operada pela iniciativa privada”, afirmou. A primeira previsão de entrega da Linha 4 era em 2006, mas a obra teve consecutivos atrasos, como a cratera na estação Pinheiros.
Feita por meio de parceria público-privada (PPP), a Linha 6 do Metrô fará a ligação da estação São Joaquim, na zona sul da capital paulista, à Brasilândia, na zona norte. O investimento previsto é de R$ 7,8 bilhões para atender a demanda de 634 mil passageiros por dia. Pelo menos metade deste valor será pago pela iniciativa privada. Vence a licitação o consórcio que oferecer o maior valor, diminuindo a contrapartida do governo.
O governador anunciou também medidas para evitar conluio entre empresas, como a suspeita que levou à suspensão da licitação da Linha 5 – Lilás em 2010 – o jornal “Folha de S. Paulo” registrou o nome dos vencedores seis meses antes de o resultado ser proclamado. Alckmin disse que não ficou provada irregularidade naquela licitação, mas defendeu que a da Linha 6 é mais segura: “Antes, a empresa que ganhava um lote não poderia ganhar outro. Acabamos com isso.” O tucano ainda ressaltou que a licitação da Linha 6 é internacional, ou seja, deve haver aumento da disputa com a participação de empresas do exterior.