15/06/2020 – Átila Jacomussi é alvo de operação que investiga irregularidades na contratação de hospital de campanha em Mauá
G1 SP e TV Globo
Investigações da Polícia Civil e do Gaeco apontam que OS foi contratada por mais de R$ 3 milhões por apenas 3 meses. Além do prefeito de Mauá, secretário da Saúde também é investigado.
Policiais civis e promotores público do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizam na manhã desta segunda-feira (15) uma operação que investiga irregularidades na gestão do hospital de campanha de Mauá, na Grande São Paulo, que é administrado por uma Organização Social (OS). Um dos alvos da operação é o prefeito Átila Jacomussi.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Jacomussi e na sede da Prefeitura de Mauá, no gabinete do prefeito. Na dele, foram apreendidos dois celulares, um iPad, documentos e um notebook. O secretário de Saúde de Mauá, Luís Carlos Casarin, também é alvo da operação.
De acordo com as investigações, houve irregularidades na contratação emergencial da OS Atlantic Transparência e Apoio à Saúde Pública para a gestão e operação do hospital de campanha construído na cidade de Mauá para atender os pacientes com Covid-19. O valor da contratação do hospital foi de R$ 3,3 milhões para o prazo de 90 dias.
O Ministério Público apura se a OS Atlantic e a OS Ocean Serviços Médicos Ltda são a mesma empresa, já que funcionam no mesmo endereço. A Ocean já é investigada pela construção do hospital de campanha em Jandira.
Também há mandados de busca em Jundiaí, Caieiras e em São Paulo. São investigados crimes previsto na lei de licitações, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, entre outros.
O advogado Daniel Bialski, que defende o prefeito de Mauá, afirmou que o prefeito vem sendo perseguido e que não teve investigação prévia ou algo palpável para legitimar essa ação. “Todas as contratações observaram critérios técnicos e preço, tanto que o hospital de Mauá é uma referência no Brasil, atendendo 24 horas por dia. O prefeito informou que o preço por leito é um dos menores, senão o menor construído e a cidade teve número reduzido de óbitos. As compras e atos estão no portal da transparência e o prefeito prestou esclarecimentos e enviou todos documentos sempre que lhe foi solicitado. A empresa que acabou contratada prestou o serviço com excelência e não há qualquer indício de irregularidade ou ilicitude. A defesa irá pedir vista dos autos e estudar as medidas que serão tomadas para elidir essa busca, que considera desnecessária e até excessiva”, disse.
A Prefeitura de Mauá disse, em nota, que recebeu a ação do Ministério Público com indignação. “O processo, que deu origem a mesma, foi remetido ao MP em sua integralidade, todas as informações foram esclarecidas e há conversas diárias por vídeoconferência com os promotores. Entendemos como excessiva e desnecessária a iniciativa do Ministério Público. Estamos tranquilos em relação ao desenrolar dos fatos e certos de que demonstraremos, nos autos, a lisura de todo o processo. Salientamos que Mauá está na vanguarda do combate ao Coronavírus, notoriamente com ações eficientes e reconhecidas pela população e pela imprensa”, diz.
O prefeito Átila Jacomussi já foi afastado da prefeitura anteriormente quando teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores em setembro. No entanto, ele conseguiu voltar ao cargo após uma decisão judicial. Ele já foi preso durante uma operação da Polícia Federal suspeito de desvio de verbas de merenda.