01/12/2017 – MP investiga extravio de documentos na prefeitura de Campo Grande, Alagoas
G1 AL
Promotor pede afastamento do secretário de Administração, do presidente da comissão de licitações, e do responsável pelo Controle Interno, da secretaria de Finanças.
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) investiga o extravio de documentos na Prefeitura de Campo Grande. Por conta da suspeita de irregularidade, a promotoria pediu nesta sexta-feira (1) o afastamento do secretário municipal de Administração, do responsável pelo setor de licitações e do responsável pelo Controle Interno, da Secretaria Municipal de Finanças.
A Promotoria de Girau do Ponciano fazia buscas na última quinta (30) em prédio público para colher documentos da administração pública, mas encontrou o local com pastas reviradas e espalhadas pelo chão. Foi constatado que extraviaram os documentos relacionados às contratações ocorridas na gestão de Miguel Higino.
O objetivo era encontrar documentos a partir do ano de 2013, época que o município era administrado por Miguel Higino, sobrinho de atual prefeito, Arnaldo Higino (PRB). Arnaldo Higino está preso por ter sido flagrado recebendo suposta propina, mas o MP afirma que as diligências da última quinta são paralelas àquelas que envolvem a prisão do prefeito.
Por conta da situação, o MP decidiu instaurar um procedimento de investigação criminal (PIC) e também um inquérito civil contra o vice-prefeito de Campo Grande e filho de Arnaldo Higino, José Tenório dos Santos Neto (PRB). Agora, ele tem 72h para apresentar as documentações que o MP estava à procura.
Assim como Neto, o presidente da Comissão Permanente de Licitação do município, Saulo Suel Inácio dos Santos; o secretário de administração, José Wilton dos Santos e o o responsável pelo Controle Interno, Alex Garcia Oliveira da Silva. O MP pede que eles sejam afastados de seus cargos.
A reportagem do G1 não conseguiu localizar ninguém na prefeitura que estivesse autorizado a falar sobre o assunto.
O MP explica que todos eles deveriam salvaguardar o patrimônio e, portanto, não poderiam ter permitido que acontecesse o que aconteceu nos setores.
Para o promotor Kleber Valadares, os documentos foram extraviados. “O que vimos foram claros indícios de crime de extravio de documentos. As salas estavam completamente bagunçadas e nós não conseguimos achar muito material das gestões do sobrinho do prefeito, Miguel Joaquim dos Santos Neto, mais conhecido como Miguel Higino, muito menos do atual do gestor. Suspeitamos que houve o extravio para evitar que o MP tivesse acesso a papéis, contratos, informações importantes”.