04/01/2023 – Em crise, Saúde tem contrato de R$ 5 milhões para pôr chips em cães
Midia News
Cíntia Borges
Contrato foi feito em meio a denúncia de falta de médicos; documento é alvo do Gabinete de Intervenção
Mesmo com o caixa estourado em R$ 350 milhões, a Prefeitura de Cuiabá firmou um contrato – sem licitação – de R$ 5,1 milhões com uma empresa para colocar chips e monitorar cães e gatos.
O contrato foi assinado no início de dezembro passado, com a Petimuni Agência Online de Serviços, com sede na Capital.
O documento foi encontrado pelos interventores do Estado, que estão fazendo um “pente fino” na Saúde da gestão de Emanuel Pinheiro (MDB).
O interventor Hugo Fellipe Lima divulgou, nesta quarta-feira (4), um levantamento mostrando que a Saúde na era Emanuel tem um rombo de ao menos R$ 350 milhões com despesas, INSS e FGTS de servidores, fornecedores e até “despesas sem contrato”.
Conforme o contrato para rastrear cães e gatos, a empresa receberá R$ 430 mil, o que corresponde a R$ 5,16 milhões em um ano. O contrato foi assinado pela ex-secretária de Saúde, Suellen Alliend.
A empresa Petimuni deverá, de acordo com o documento, prestar serviços de registro, identificação, vacinação, microchipagem e carteirinha digital para os pets.
Gabinete de Intervenção, desde o último dia 29 de dezembro, tem feito um levantamento em contratos, empresas e servidores da Secretária de Saúde.
A intenção é diagnosticar os problemas e propor soluções para a Pasta que tem sido alvo de denúncias de falta de médicos, falta de medicamentos, comprimidos vencidos e até atrasos salariais.
A intervenção
O desembargador Orlando Perri determinou a intervenção do Estado na Saúde da Capital no último dia 28 de dezembro. Na prática, a determinação tira a administração do setor das mãos do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e a entrega ao Governo do Estado por seis meses.
Logo após a decisão, o governador Mauro Mendes (União) nomeou Hugo Fellipe Lima como interventor.
O desembargador ainda alertou que, caso Emanuel ou secretários, ofereçam qualquer embaraço a instalação do novo comando a Saúde, “será considerado como crime de desobediência e, conforme o caso, de responsabilidade, além de eventual improbidade administrativa”.