04/09/2019 – Ex-prefeitos presos em operação da PF-AC por fraude em licitações são ouvidos em audiência
G1 AC – Rio Branco
Aline Nascimento
Roney Firmino, ex-prefeito de Brasileia, e Everaldo Gomes, e ex-prefeito de Plácido de Castro, são acusados de diversos crimes. Audiência de instrução começou nesta terça (3) e se estende até quinta (5).
Os ex-prefeitos Roney Firmino e Aldemir Lopes, de Brasileia e Plácido de Castro, interior do Acre, respectivamente, foram ouvidos em uma audiência de instrução e julgamento nesta terça-feira (3). Os ex-gestores são acusados de crimes como peculato, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, entre outros crimes.
Eles foram presos em uma operação da Polícia Federal do Acre (PF-AC) que investiga fraude em licitações. Segundo as investigações, o valor desviado no esquema é superior a R$ 1 milhão.
O também ex-prefeito de Brasileia, Everaldo Gomes Pereira, não participou da audiência devido a motivos de saúde. A defesa afirmou que Pereira caiu de cavalo e sofreu uma fratura. Ele aguarda uma cirurgia no Pronto-Socorro de Rio Branco.
A audiência dele está marcada para o próximo dia 30. Além de Firmino e Lopes, foram ouvidos ainda três ex-vereadores e três vereadores investigados no esquema e dois delatores.
Audiência
A audiência de instrumento e julgamento para ouvir 16 denunciados no esquema começou nesta terça e teve termina apenas na quinta (5). O promotor de Justiça e responsável pela denúncia pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Ildo Maximiano, explicou como funcionava o esquema.
“No núcleo políticos dos prefeitos foi levado em consideração que o prefeito de Plácido de Castro fazia parte de uma empresa, seria sócio oculto dessa empresa, teria feito uma licitação e feito contratações e, a partir daí, feito um esquema de corrupção dentro da prefeitura. Os ex-prefeitos Aldemir Lopes e Everaldo foram apontados como artífices desse esquema dentro da prefeitura de Brasileia e os vereadores como pessoas que teriam recebido os valores e apoio de indicação de pessoas para empresas”, acrescentou.
O advogado Júnior Feitosa, que defende Aldemir Lopes e Roney Firmino, afirmou que não há provas nos processos que sustentem as informações repassadas pelos delatores, que são dois empresários que tinham contratos com a prefeitura de Brasileia.
“O processo está em fase final, que é o interrogatório dos réus, depois temos outras provas a produzir e os réus vão dar suas versões dos fatos. Os delatores não trazem provas cabais que coadunem com aquilo que tenham falado”.