04/12/2013 – Gaeco faz operação em Guarapuava contra fraudes em licitações de obras
G1
Operação é realizada desde a manhã desta quarta-feira (4), no Paraná.
Foram expedidos 7 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão.
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) realiza uma operação nesta quarta-feira (4) para combater fraudes em licitações de obras da prefeitura de Guarapuava, na região central do Paraná. Na operação, foram expedidos sete mandados de prisão temporária, sendo cinco contra funcionários públicos municipais e dois contra empresários da região, e também, outros 28 mandados de busca e apreensão. A ação foi batizada de “Operação Salvação” e contou com a participação de policiais militares e civis.
De acordo com o Gaeco, as investigações iniciaram há quatro meses. Entre os crimes cometidos pelos suspeitos estão peculato e falsificação de documentos. Além das prisões, a Justiça também determinou que os investigados sejam afastados dos cargos municipais.
Até as 12h, todos os mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão tinham sido cumpridos. Cinco pessoas são consideradas foragidas, conforme o Gaeco, entre elas dois secretários municipais. “Nós começamos as investigações após uma denúncia anônima em que o denunciante informou que o palco montado para receber o espetáculo ‘A Paixão de Cristo’ teve a licitação feita apenas em maio, sendo que o evento ocorreu em março. Depois que iniciamos as investigações, encontramos inúmeros indícios de fraude em licitações no município”, diz o promotor do Gaeco, Vitor Hugo Honesko.
De acordo com o promotor, outro indício de fraude encontrado foi em relação a licitação de várias obras de reformas em prédios públicos realizadas no município. “Em ligações interceptadas pelo Gaeco, foram obtidos indícios muito sérios em que os licitantes, juntamente com servidores públicos, estavam fraudando licitações em conjunto. Ou seja, o processo licitatório ocorria pré-determinado, eles já sabiam quem ia ganhar. Há indícios de vários outros crimes nessas ligações”, alegou o promotor.
Prefeitura foi “pega de suspresa”
Em entrevista ao G1, o procurador geral de Guarapuava, Fábio Faréf Decker, disse que a prefeitura “foi pega de surpresa com os mandados de prisão”. Segundo ele, o município tinha conhecimento sobre a situação ocorrida com o palco de “A Paixão de Cristo”. “Nós fomos notificados na metade do ano. No mesmo dia, o prefeito Cesar Silvestri Filho exigiu a abertura de uma sindicância para apurar os fatos. Além disso, realizou mudanças na chefia do departamento de licitações como medida preventiva”, esclareceu.
Já sobre os “inúmeros indícios de fraude em licitações” apontado pelo promotor do Gaeco, o procurador geral do município declarou que a prefeitura desconhece tais acusações. “Tive acesso ao processo agora à tarde. Nós vamos ler toda a documentação e depois, vamos avaliar o que fazer”, afirmou. Decker disse que a prefeitura vai tomar providências se realmente for constatado desvio de conduta.
Quanto aos secretários municipais, o procurador informou que eles não estão foragidos. Segundo ele, a secretária de Educação, Sandra Zannette, estava em um evento fora da cidade, e o secretário de Obras, Edson José Sanches Filho, havia pedido licença para uma viagem para fora do país. Decker afirmou que os dois devem se apresentar nos próximos dias.