Gazeta de Alagoas
Wellington Bahnemann / Kelly Lima
Portaria também abre a possibilidade para que usinas a ciclo combinado (eletricidade e vapor) entrem na disputa de energia nova
Ausente dos leilões de energia nova desde 2009, o governo federal voltou a incluir a possibilidade de contratação de termelétricas movidas a combustível fóssil em suas licitações.
Segundo a portaria nº 113/11, publicada esta semana no Diário Oficial da União (DOU), os empreendedores poderão inscrever os seus projetos de térmicas a gás natural no leilão de energia nova que contratará a demanda do mercado cativo em 2014 (A-3), previsto para ser realizado no segundo trimestre de 2011.
O texto da portaria abre a possibilidade que usinas a ciclo combinado (eletricidade e vapor) entrem na disputa.
Entretanto, os investidores precisam cumprir alguns pré-requisitos para cadastrem os projetos no leilão. O principal deles é que o chamado custo variável unitário (CVU) seja limitado a R$ 150/MWh – o CVU representa o custo do combustível de um empreendimento termelétrico.
Consumo de gás natural cresce 42,5% no País
Na média de 2010, as vendas do insumo foram de 52,9 milhões de m3/d, um crescimento de 35,5% sobre a média de 2009
Impulsionado pela demanda das termelétricas, o consumo de gás natural aumentou 42,5% em dezembro de 2010 na comparação com igual mês de 2009, de 36,5 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) para 52,02 milhões de m3/d.
Esse volume, porém, representa uma retração de 16,6% em relação aos 62,40 milhões de m3/d de novembro de 2010, queda provocada pela diminuição do consumo de gás das térmicas nesse período.
Na média de 2010, as vendas do insumo foram de 52,9 milhões de m3/d, um crescimento de 35,5% sobre a média de 2009, de acordo com informações da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
“Urânio deve ter mesmo tratamento que o pré-sal”
As reservas de urânio no Brasil têm de ser tratadas com a mesma importância que o governo dá ao pré-sal, defendeu o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães. Segundo ele, o conteúdo energético das reservas de urânio no País são “da mesma grandeza do volume de óleo já inscrito como reserva provada pela Petrobras”.
“Temos 309 reservas conhecidas, mais 300 mil prognosticadas e 500 mil especulativas. No cenário otimista, tudo dá 1 milhão de toneladas, da ordem do que tem na Austrália. Isso faria do Brasil a segunda maior reserva do mundo”, destacou em entrevista após participar do Congresso Latino Americano de Energia no Rio
Dizendo que “não quer competir” com a atenção dada pelo governo às jazidas de óleo encontradas no mar abaixo da camada de sal, Guimarães afirma que é importante que o governo não concentre esforços apenas em uma riqueza.