06/02/2014 – Operação contra desvio de verbas federais prende ex-prefeito de Valença
Correio
Ex-prefeito e secretário de Infraestrutura são acusados de fraudar licitações e desviar cerca de R$ 3 milhões de recursos voltados para a Educação e Saúde. Envolvidos devem responder em liberdade
O ex-prefeito do município de Valença, no Sul da Bahia, foi preso na manha desta quinta-feira (6) durante uma operação da Polícia Federal na cidade. Cumprindo oito mandados de busca e apreensão, a operação Ramsés é resultado de uma investigação que apurou a denúncia de irregularidades no repasse de recursos federais à Prefeitura de Valença nos anos de 2009 e 2010. O dinheiro, proveniente dos Ministérios da Saúde e Educação, era voltado para a construção e reformas de escolas e postos de saúde na região.
Segundo a polícia, o prefeito de Valença na época, Ramiro José Campelo de Queiroz, desviou os recursos públicos federais juntamente com o então secretário municipal de Infraestrutura e Urbanismo. O esquema acontecia através da fraude de licitações, quando o ex-prefeito e o secretário criaram licitações vencidas por determinadas empresas, muitas fantasmas, enquanto o serviço era executado por pessoas contratadas diretamente pelos acusados.
Além de Ramiro Queiroz e do ex-secretário, também participaram da ação o secretário de Administração da época, e um outro homem que confessou ter envolvimento com o esquema fraudulento. De acordo com a PF, se estima que o valor roubado pelos integrantes da quadrilha tenha sido de aproximadamente R$ 3 milhões, entre janeiro de 2009 e novembro de 2010.
Os envolvidos também falsificaram certidões públicas, apresentadas nas licitações fraudulentas, no nome das empresas contratadas. Além disto, todas as obras que deveriam ter sido construídas com as verbas federais foram entregues fora do padrão contratado, em qualidade ou quantidade inferior.
O ex-prefeito de Valença foi preso em flagrante nesta manhã por posse irregular de armas e munições. Os objetos foram encontrados na casa de Ramiro José de Queiroz durante as buscas realizadas pela Operação Ramsés.
Os envolvidos serão ouvidos pela PF, mas devem responder em liberdade por formação de quadrilha, peculato e crime de responsabilidade de prefeito, entre outras acusações. As obras contratados também devem passar por uma auditoria da aplicação dos recursos, além de perícias, com o objetivo de verificar se elas foram realmente concluídas.