09/07/2016 – Maracanã: clubes não levam vantagem na disputa e licitação está cada vez mais longe
ESPN
Gabriela Moreira
Governo do Rio diz que Odebrecht tem de reassumir Maracanã
O Maracanã que um dia foi nosso, caminha para ser de … não se tem a menor ideia. Faltando cerca de dois meses e meio para a devolução do estádio para a Odebrecht _ atualmente está com o Rio 2016 _ o ex-maior do mundo vive em estado de dúvida e incertezas. Em entrevista à ESPN, o secretário da Casa Civil do Rio, Leonardo Espíndola, adianta: o fato de os clubes (Flamengo e Fluminense) terem manifestado interesse em participar da disputa com uma das interessadas não coloca a empresa em vantagem na negociação.
Além disso, uma nova licitação não é o cenário mais provável, como já foi há alguns meses. No momento, o sentimento de quem participa das negociações é de que o repasse da concessão diretamente pela Odebrecht é uma saída que tem crescido no horizonte. Uma espécie de venda da concessão.
O que se sabe é que o Governo e a Odebrecht não querem manter o estádio. O Estado porque não tem condições financeiras de administrá-lo. A empreiteira, também por questões financeiras, mas, sobretudo, porque o que ela licitou, não existe e, na prática, nunca existiu. Um estádio que seria alimentado por shoppings, centros comerciais, e estacionamentos privados.
A concessão vem acumulando prejuízos (2013 – R$ 48 milhões, 2014 – R$ 77,2 milhões e 2015 – R$ 47,9 milhões) numa relação que duraria 35 anos. Na prática, a empreiteira não sabe o que vender. Se vender o que tem em mãos (uma bomba), o novo concessionário estará condenado ao mesmo destino.
Na entrevista que você lerá abaixo, o secretário dá seu recado: “A concessionária tem a obrigação de manter o Maracanã sob sua administração”. Embora diga que a negociação tem sido amigável, a frase de Espíndola deixa claro que o peso da solução pende para a empreiteira.
Qual dos cenários o Governo avalia como mais viável neste momento: venda da concessão ou nova licitação?
“Como todos sabem estamos em negociação com a concessionária que atualmente administra o Maracanã. E a concessionária tem a obrigação de manter o Maracanã sob sua administração, enquanto não houver uma solução definitiva em relação ao estádio. A concessionária só pode sair do estádio com uma decisão transitada em julgado.
Enquanto não houver uma solução e uma definição acertada entre as partes, a concessionaria deve manter o Maracanã sob sua administração”
Existem duas empresas, fora a Odebrecht, que se propõe a assumir o Maracanã. Uma empresa que não tem o apoio dos clubes e outra que tem. Como o Governo se posiciona em relação a isso?
“Nossa posição é que o estádio não voltará para o Estado. 00:03:01 Todas as outras possibilidades, desde que elas sejam legais, desde que elas juridicamente acertadas, estão sendo analisadas hoje pela Casa Civil, em conjunto com a Procuradoria Geral do Estado.”
Num cenário em que as empresas não fechem com os clubes. Como vocês veêm o futuro do Maracanã sem os clubes de futebol?
“Sem dúvida nenhuma, a essência do Maracanã são os clubes de futebol. Se eventualmente uma outra empresa assumir o Maracanã, certamente ela vai ter de ter a capacidade negocial de envolver os clubes para que ali joguem suas partidas”
Um dos concorrentes não tem a simpatia dos clubes, que dizem que não jogarão no estádio caso ela seja a concessionária. Esse cenário pesa a favor do grupo que fechou com Fla-Flu?
“Todas as alternativas estão sendo analisadas. Vencerá a que for melhor para o Estado e para a população.”
Quatro empresas manifestaram interesse no estádio, no entanto, duas são as que, de fato, têm participado das conversas com a Odebrecht: a Francesa Lagardere, associada à BWA e extra-oficialmente à Federação do Rio de Janeiro (FERJ) e a Golden Goal, em parceria com o Flamengo, e interesse do Fluminense. As outras duas são: IMM (antiga IMX) e AEG.
Prefeitura pode assumir
Na manhã deste sábado, o prefeito Eduardo Paes disse que a Prefeitura do Rio tem interesse em negociar para assumir o estádio. Segundo o UOL, o prefeito disse que o presidente do Flamengo, Eduardo Banderia de Mello, “vibrou” com a ideia.
Ao Blog, o dirigente disse:
“Gostamos da ideia, sim. E estamos preparados para assumir a gestão do Maracanã, seja como concessionários do Estado ou da Prefeitura”
A proposta seria fazer uma Parceria Público Privada.