g1 SC, NSC e NSC TV
Sofia Mayer e Sabrina Quariniri
Marlon Neuber (PL) é chefe do executivo municipal de Itapoá, no Litoral Norte. Investigação está relacionada a suspeita de fraude em licitação e outros crimes.
O prefeito de Itapoá, no Litoral Norte catarinense, foi preso na sexta-feira (9) após retornar de férias. Agentes estiveram na prefeitura na terça-feira (6), quando uma megaoperação foi deflagrada no Estado, mas Marlon Neuber (PL) estava no exterior e foi detido após retornar ao Brasil. A informação foi divulgada pela NSC TV.
Além de Neuber, outros três prefeitos já haviam sido detidos no início da semana (veja os nomes mais abaixo). A operação “Mensageiro” investiga suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo dos municípios.
Procurada pela reportagem, a defesa de Neuber afirmou que está tranquila “quanto aos fatos e irá esclarecer tudo perante o Poder Judiciário”. O PL também foi procurado neste sábado (10), mas disse que não vai se manifestar sobre a prisão.
O município não se manifestou sobre a prisão, mas como houve cumprimento de mandado na prefeitura, afirmou que colabora com as investigações (íntegra da nota mais abaixo).
Outros presos
Até o momento, segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), foram cumpridos 16 mandados de prisão e 109 de busca e apreensão nas regiões Norte, Sul, Vale do Itajaí e Serra. Também foram bloqueados bens de 25 empresas e 11 pessoas.
Foram presos:
Marlon Neuber, de Itapoá , no Litoral Norte (defesa acima);
Antônio Rodrigues, de Balneário Barra do Sul, no Litoral Norte; defesa não foi localizada;
Luiz Henrique Saliba, de Papanduva, no Norte; defesa afirmou que trabalha para pedir a revogação da prisão;
Deyvison Souza, de Pescaria Brava,: na terça, defesa disse que não havia tido acesso ao processo.
Investigação
VEJA QUEM SÃO: saiba quem foram os outros três prefeitos presos em Santa Catarina
De acordo com o MPSC, os mandados de busca e apreensão em órgão públicos têm como objetivo colher provas relacionas a contratos nos seguintes 20 municípios:
Lages
Imaruí
Pescaria Brava
Braço do Norte
Tubarão
Capivari de Baixo
Agrolândia
Imbituba
Ibirama
Presidente Getúlio
Três Barras
Corupá
Itapoá
Schroeder
Guaramirim
Papanduva
Balneário Barra do Sul
Major Vieira
Canoinhas
Bela Vista do Toldo
Improbidade administrativa
Esta não é a primeira vez em que o prefeito é investigado por supostas irregularidades. Em 2018, em outro processo, Marlon Neuber foi afastado do cargo depois de ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) por improbidade administrativa.
À época, uma ação civil pública deu início às investigações em 2002, quando ele era chefe de gabinete do então prefeito Ervino Sperandio. Ele estava sendo investigado por suposto envolvimento em um esquema de superfaturamento na compra de ambulâncias com recursos federais.
O Tribunal Regional Federal determinou o afastamento do prefeito após a condenação, perda do cargo público e pagamento de multa. Na época, ele chegou a deixar o cargo, mas voltou após conseguir recurso na Justiça.
Em dezembro de 2020, por conta dessa investigação, o prefeito renunciou ao cargo no último mês do primeiro mandato. Segundo justificou em vídeo, decidiu renunciar para “dar cumprimento à decisão judicial de 2018” do TRF4. Como foi reeleito, no entanto, retornou à prefeitura em janeiro de 2021.
O que disse o município de Itapoá
A Prefeitura Municipal de Itapoá informa que, na manhã desta terça-feira (06), recebeu oficiais do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e do Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que fazem parte da operação “Mensageiro” deflagrada em diversos municípios da região. Como é praxe a primazia pela transparência, a Prefeitura, por meio da Chefia de Gabinete, Secretaria de Administração e Procuradoria Jurídica, juntamente com o Prefeito Interino, Jeferson Garcia, mobilizou a equipe e orientou que toda documentação solicitada fosse fornecida imediatamente, a fim de contribuir com a operação, colocando-se à inteira disposição do efetivo do Ministério Público. A documentação requisitada foi dos anos de 2000 e 2010. A prefeitura se mantém à disposição para atender quaisquer esclarecimentos e solicitações oriundos da referida operação, colaborando com as investigações e com o trabalho do Gaeco e do Geac.