10/05/2016 – Operação Patrola vai investigar licitações em 101 municípios
JORNAL DE SANTA CATARINA
A terceira fase da Operação Patrola, desencadeada nesta segunda-feira, vai investigar possíveis irregularidades em licitação de máquinas pesadas em 101 prefeituras de Santa Catarina.
Quatro pessoas ligadas a uma revenda de máquinas pesadas de Chapecó e um servidor público de Tangará foram presos. Mais três pessoas foram conduzidas coercitivamente para depoimento em Chapecó, Tangará e Lages. Além disso foram realizados oito mandados de busca e apreensão nas três cidades e mais Blumenau, onde a empresa tem uma filial. Os nomes não foram divulgados.
Participaram da operação 30 pessoas do Grupo Especial Anticorrupção do Ministério Público e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), formada pelo Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Secretaria da Fazenda.De acordo com o promotor coordenador do Gaeco, Alexandre Grazziotin, durante a semana serão cumpridas ordens judiciais em outras cidades do Estado.
Estão sob investigação contratos com prefeituras no valor de R$ 82 milhões. De acordo com o promotor Renato Maia de Faria a operação Patrola iniciou em fevereiro com o objetivo de investigar a compra irregular de peças para o município de Tangará. De acordo com o promotor, algumas peças eram pagas e não entregues.
Como resultado da investigação foram afastados do cargo o prefeito de Tangará, Euclides Cruz, e dois servidores. O servidor afastado agora teria relação com o mandato anterior, segundo o promotor. Foram suspensas seis licitações e bloqueados R$ 569 mil, de 24 pessoas físicas e jurídicas.
Na segunda fase da operação foram presas cinco pessoas, entre elas dois empresários de Chapecó. Agora uma segunda empresa é alvo, nesta terceira fase. O promotor Renato Maia de Faria disse que há indícios de fraude em licitação, onde as especificações dos equipamentos eram direcionadas para beneficiar determinada marca.
– A estimativa é de 10 a 20% de superfaturamento nos valores – disse o promotor. O major José Ivan Schelavin, da Polícia Militar, disse que nas apreensões de documentos há códigos que indicam ser de pagamento de propina.