12/08/2017 -Veículos de luxo são apreendidos em operação que investiga fraude em licitações para venda de extintores no AC
G1 AC
Aline Nascimento
Operação Brigada de Incêndio foi deflagrada nesta sexta (11) pela Polícia Federal do Acre. Investigações apontam esquema de fraude em licitações para venda e manutenção de extintores.
A Polícia Federal do Acre (PF-AC) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (11), a Operação Brigada de Incêndio, que investiga um esquema de fraude em licitações públicas para venda e manutenção de extintores de incêndio. Durante ação, a polícia apreendeu veículos de luxo e uma lancha dos investigados. Foram cumpridos seis mandados de condução coercitiva e oito de busca e apreensão. Um Camaro foi apreendido durante a ação da polícia.
Durante uma coletiva, na manhã desta sexta, a PF informou que as fraudes podem ter iniciado em 2014. A PF-AC descobriu que as empresas utilizavam vários números de CNPJs das cidades de Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Manaus, no Amazonas, para participar das licitações. Até esta sexta, a PF calculou um desvio de mais de R$ 2 milhões pelas empresas. As investigações iniciaram após uma denúncia anônima.
“Foi aberto o inquérito, feitas algumas diligências, inclusive, nas empresas citadas e lá as atendentes falaram que poderiam mandar para o órgão público três orçamentos distintos, de empresas distintas, para ajudar na licitação. Só isso já configura fraude. Identificamos dois núcleos desse tipo de fraude. Um dos núcleos utilizava sete CNPJs e o outro utilizava quatro CNPJs distintos de Rio Branco para cometer essa fraude”, explicou o delegado responsável pela operação, Jacob Guilherme Melo.
Ainda segundo o delegado, a polícia investiga a participação de servidores públicos no esquema. Diversos órgãos municipais, estaduais e federais de Rio Branco foram vítimas das empresas. Além da fraude, a polícia acredita que os empresários podem estar envolvidos no crime de lavagem de dinheiro. Um dos investigados foi preso em flagrante com uma arma de fogo.
“Acreditamos que os servidores públicos estejam no mínimo coniventes com esse tipo de conduta, porque os órgãos estavam recebendo e-mails com três propostas para subsidiar as licitações deles. Todo mundo sabe que a licitação tem que ter a concorrência efetiva, sem isso temos a fraude em licitações. Como só uma empresa estava enviando propostas de várias empresas, não estava havendo competição real”, acrescentou Melo.
Sobre os bens apreendidos, o delegado falou que os investigados tinham um estilo de vida diferente da renda declarada pelas empresas. Ele disse que alguns dos veículos estavam em nome de outras pessoas, mas eram utilizados pelos investigados.
“Em um dos núcleos dessa investigação, encontramos uma quantidade de bens muito grande, incompatível com a renda declarada da empresa, e que não teria justificativa lícita e poderia incorrer no crime de lavagem de dinheiro. Portanto, começamos a olhar esses bens, alguns estavam em nome dos responsáveis pela empresa, outros em nome de terceiros, mas eram usufruídos pelos responsáveis”, finalizou Melo.