13/02/2022 – Bolas de basquete compradas pelo estado por R$ 438 podem ser encontradas por até R$ 90
Extra
A Secretaria de Estado de Esportes, Lazer e Juventude do Rio firmou no começo de dezembro um contrato prevendo a compra de 2 mil bolas de basquete feminino ao preço de R$ 438, 37 a unidade. O valor é quase quatro vezes maior do que foi pago (R$ 90) por bolas com características semelhantes e da mesma marca em outra licitação no país. A informação foi publicada no blog do jornalista Rubem Berta, no site Uol, e confirmada pelo EXTRA.
O preço está acima também do que é cobrado pelo modelo mais caro à venda no site da NBA no Brasil, da marca Spalding (R$ 429,99), segundo o site, que fez um levantamento com 15 tipos de de bolas, mostrando que é possível chegar a diferenças de até 387%, quando comparados o mesmo tipo de produto oferecido por sites de varejo e outras licitações. A conclusão é de que se a secretaria tivesse optado pelo menor valor poderia ter feito uma economia de até R$ 5 milhões.
O material, que é para ser distribuído em escolas e projetos sociais nos municípios fluminense, faz parte de um contrato cujo valor total é de R$13,9 milhões. A compra inclui outros 42 itens de material esportivo, sendo que as boas representam mais de 80% do contrato.
As 2 mil bolas de basquete feminino, qiue são produzidas pala Fábrica Dalebol, estão sendo compradas pelo estado com WR Calçados Eireli, empresa cuja sede fica localizada no município de Três Corações, no estado de Minas Gerais. O mesmo produto foi comprado, diretamente do fabricante, pelo Centro de Intendência da Marinha de Belém.
O contrato fechado no começo de novembro era para aquisição de 54 bolas de basquete feminino (de poliuretano, peso de 510g a 565g e circunferência de 72cm a 74cm). A Marinha pagou R$ 90, por unidade do produto.
Os trâmites para compra do material teve início em 26 de novembro e foi concluído em 13 de dezembro. A compra seria para atender a demanda de material esportivo para escolas nos diversos municípios flumineses, assim como a necessidade de projetos sociais, que realizam a prática esportiva de maneira gratuita.
Segundo o Uol, a contratação foi feita por meio de um sistema conhecido como “carona”, em que o governo fluminense aderiu a uma ata de registro de preços homologada em setembro pelo Consórcio Intermunicipal de Inovação e Desenvolvimentoi do Estado de São Paulo (Cindesp), que reúne 36 municípios do interior paulista.
O EXTRA procurou a Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude que ainda não respondeu.