14/01/2023 – FEM aguarda liberação de recursos para fazer licitação e iniciar revitalização da Biblioteca da Floresta

g1
Murilo Lima, JAC 1 — Rio Branco

Presidente da Fundação Elias Mansour (FEM), Minouro Kinpara, falou sobre o projeto de revitalização da Biblioteca da Floresta e de outros espaços públicos que estão fechados.

Sem funcionar desde 2019, a Biblioteca da Floresta, um dos pontos culturais de Rio Branco, segue sem data de reabertura prevista. Em entrevista à Rede Amazônica Acre nessa sexta-feira (13), o novo presidente da Fundação Elias Mansour (FEM), Minouro Kinpara, disse que aguarda a liberação de recursos pela Caixa Econômica Federal para iniciar o processo de licitação.

Biblioteca da Floresta sofre incêndio que atinge parte de acervo em Rio Branco

Arquivos queimados em incêndio na Biblioteca da Floresta não era parte de acervo histórico, afirma direção

Obra da Biblioteca da Floresta segue parada mesmo com recomendação do MP-AC

Conforme o presidente, o projeto arquitetônico está concluído e a revitalização está orçada em mais de R$ 4 milhões. Com isso, não há data para conclusão das obras e reabertura do espaço.

“Estamos em processo do projeto de revitalização para que a gente possa recuperar aquele espaço, assim como foi recuperado e entregue o Casarão, vamos reabrir o Memorial dos Autonomistas com Teatro Hélio Melo. São espaços que só têm sentido se a população puder usar”, explicou Kinpara.

Ano passado, o Ministério Público do Acre chegou a instaurar um procedimento preparatório para apurar a falta de manutenção do espaço cultural. Na época, o órgão deu um prazo de 30 dias para a FEM apresentasse um cronograma para execução de reforma.

A antiga presidência da FEM alegou, na época, que o recurso estava garantido e aguardava apenas respostas. “O projeto arquitetônico de revitalização está pronto e esse recurso está em análise na Caixa Econômica Federal e, assim que for dado o ok, a Seinfra já fez toda restruturação, abrimos o processo de licitação”, argumentou Kinpara.

Revitalizações

Ainda durante a entrevista, o presidente da FEM destacou que assumiu a gestão recentemente e as equipes ainda estão em fase de transição. Mesmo assim, ele garantiu que os espaços públicos que estão fechados serão reabertos para que a população possa visitar.

“É um trabalho urgente, isso que estamos fazendo. Estamos fazendo o levantamento, vendo a situação também do nosso Teatrão, que é uma referência e também está fechado. Nossa equipe está trabalhando, apesar de estarmos nesse processo de transição, mas estamos trabalhando para que esses espaços, brevemente, já temos recurso, inclusive para isso”, frisou.

Incêndio e recomendação do MP

O prédio da biblioteca pegou fogo em maio de 2022. Na época, o Corpo de Bombeiros disse que equipes de dois batalhões foram enviadas ao local para apagar as chamas e foram usados cerca de 6 mil litros de água. O incêndio se concentrou na parte de baixo da biblioteca, onde ficava o atendimento e onde eram guardados os arquivos.

Logo depois, a gestão da biblioteca afirmou que as chamas não atingiram o acervo histórico do local, apenas arquivos com documentos.

O Ministério Público Federal representou ao Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público Estadual pedindo que o governo do estado tomasse medidas urgentes de intervenção para preservação do patrimônio e restabelecimento do funcionamento das atividades da Biblioteca da Floresta, fechada desde 2019.

Dois meses após o incêndio, o Ministério Público do Acre estabeleceu um prazo de 30 dias para que a FEM elaborasse o cronograma de reformas da Biblioteca. Conforme o MP-AC, o Núcleo de Apoio Técnico elaborou um relatório abordando a recuperação das instalações e a elaboração e execução do projeto para o auditório, que foi interditado pelo Corpo de Bombeiros devido às infiltrações que deixaram o ambiente insalubre.

“O referido relatório apontou danos nos seguintes elementos: forro do hall de entrada, sala de exposições, elementos de madeira da cobertura e passarela, piso interno danificado, forro com presença de buracos, piso sem manutenção na parte externa (área de convivência) e problemas de infiltração no local onde está armazenado o acervo histórico”, destaca a portaria.