15/06/2016 – MPRR acha R$ 400 mil em casas de servidores investigados por fraudes
G1
Marcelo Marques
Gaeco investiga servidores envolvidos em fraudes em licitação na ALE-RR.
Nove pessoas foram presas; R$ 400 mil e materiais foram confiscados.
Cerca de R$ 400 mil foram apreendidos na operação ‘Cartas Marcadas’ nesta quarta-feira (15) em residências de servidores da Assembleia Legislativa de Roraima investigados por lavagem de dinheiro e fraudes em licitações.
Conforme o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Roraima, os envolvidos beneficiavam familiares em contratos com a Casa.
Computadores e documentos também foram recolhidos e nove pessoas foram presas.
A investigação do Gaeco apontou que as irregularidades ocorreram em licitações para contratação de serviços e aquisição de materiais a partir de fevereiro de 2013. O esquema envolve pelo menos seis contratos públicos que totalizam mais de R$ 8 milhões.
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Há seis meses o Gaeco iniciou a investigação após receber documentos que apontavam suposto desvio de recurso público por meio de licitação.
“Familiares de servidores da Assembleia, do setor administrativo, eram os beneficiados. Usavam inúmeros laranjas. A exemplo de um frentista de posto de gasolina, que ganhava um salário mínimo, mas posteriromente se tornava sócio da empresa vencendora com capita social de R$ 1,5 mi”, revela o promotor que liderou a equipe do Gaeco, Marco Antônio Bordin de Azeredo.
Ainda segundo ele, durante a operação foram apreendidos R$ 400 mil confiscados em residências dos envolvidos, em Boa Vista. Os computadores e documentos da Comissão Permanente de Licitação (CPL), além de outros materias na Escola Legislativa (Escolegis) também foram apreendidos e o conteúdo deles serão investigados.
Ao todo, 45 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. “Recolhemos um ‘material gigante’ que será analisado”, diz o promotor. Entre os alvos dos mandados estava a presidente da CPL da Assembleia, Verona Sampaio.
A juíza da Vara de Crimes de Tráfico de Drogas, Decorrentes de Organização Criminosa, Lavagem de Capitais e Habeas Corpus, Daniela Schirato Collesi, determinou ainda a prisão preventiva de 11 investigados, mas somente nove foram presos.
“Um está hospitalizado e a outra pessoa irá se entregar espontâneamente ao MP”, relata Marco Antônio.
A juíza também determinou a prisão de um diretor financeiro da Casa Legislativa, duas auxiliares parlamentar, um ex-assessor especial, uma diretora administrativa e um consultor jurídico.
Questionado sobre o envolvimento de parlamentares da Casa com os investigados, Marco Antonio esclareceu que caso os documentos apreendidos apontarem ligação de algum político no esquema, ele será arrolado no caso.
“Nós investigamos fatos e não pessoas. Mas se tiver parlamentares envolvidos, serão investigados”, afirma.