15/08/2011 – “Propina de R$ 2 mi fere a lógica”
Folha de Pernambuco – PE
Na nota, o ministro afirma que a informação fere a lógica e o bom-senso. “Pior. É lançada sem qualquer prova ou indício de materialidade
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), divulgou uma nota para rebater a uma série de acusações divulgadas em reportagem da revista “Veja”. Em um dos casos, segundo a revista, o ministro teria pedido um pagamento de R$ 2 milhões em uma licitação para contratar um serviço de comunicação. Em 8 de dezembro do ano passado, em uma reunião da Comissão de Licitação do Ministério da Agricultura, um dos representantes das empresas concorrentes disse que já estava acertado um “pagamento de R$ 2 milhões ao oitavo andar”, diz o texto.
Na nota, o ministro afirma que a informação fere a lógica e o bom-senso. “Pior. É lançada sem qualquer prova ou indício de materialidade. Nem o valor da licitação, que foi anulada por erro de quem estaria fazendo as denúncias agora, é destacado pela revista”, diz. A previsão orçamentária para a licitação era de R$ 2,9 milhões. De acordo com o ministro, a licitação foi anulada porque o presidente da Comissão de Licitação, Israel Leonardo Batista, não informou que um dos concorrentes, que havia sido inabilitado, entrou com um recurso.
“Esclareço que não procede a informação de que houve concentração de contatos com representantes de empresas prestadoras de serviços na chefia de gabinete do ministro e, depois, na Secretaria Executiva, como questiona a revista”, diz. Na longa nota, Rossi também rebate acusações da revista sobre a sua evolução patrimonial. “Minha família desfruta de situação econômica confortável, fruto do trabalho de gerações, que constituíram um patrimônio considerável. Pessoalmente, trabalhei durante os últimos 50 anos em diferentes empregos e empreendimentos”.
A reportagem traz ainda acusações contra o ministro quando presidia a Codesp (Companhia Docas de São Paulo), de 1999 a 2000. De acordo com a revista, Rossi descobriu que empresas contratadas pelo Porto de Santos deviam R$ 126 milhões à Previdência. Em vez de exigir que acertassem as contas, ele decidiu pagar a dívida. Em sua resposta, o ministro diz que a questão foi alvo de processo judicial arquivado.