17/11/2021 – PF faz buscas para colher novas provas contra grupo suspeito de fraudar licitações das Secretarias de Saúde e Infraestrutura do TO

g1 Tocantins

Operação Troféu cumpre dois mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (17). Objetivo é colher novos elementos que comprovem pagamentos indevidos feitos em contratos firmados nas duas secretarias.

A Polícia Federal cumpre dois mandados de busca e apreensão, nesta quarta-feira (17), para colher novas provas contra um grupo criminoso suspeito de fraudar licitações das Secretarias Estaduais de Saúde e de Infraestrutura, em gestões passadas.

A operação recebeu o nome de Troféu e tem como objetivo fortalecer e confirmar informações repassadas durante Delação Premiada, além de colher novos elementos que comprovem os pagamentos indevidos feitos em contratos firmados nas duas pastas.

Os mandados foram cumpridos em Palmas. O Governo do Tocantins por meio da Secretaria da Infraestrutura informou que não houve nenhuma evacuação para cumprimento de mandados na pasta.

A Secretaria de Estado da Saúde esclareceu que não houve quaisquer buscas da Polícia Federal na sede da pasta nesta quarta-feira. A secretaria não comentou sobre a operação.

Os crimes de corrupção, fraudes em licitação, desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro estão sendo investigados nas operações Replicantes, Hastati e Brutus realizadas desde 2019.

Operação Replicantes – realizada em 6 de novembro de 2019 contra uma organização criminosa suspeita de manter um esquema de corrupção envolvendo gráficas. O empresário Franklin Douglas Alves Lemes foi preso durante as investigações. As empresas dele são investigadas por supostas fraudes em licitações do Governo Estadual durante a gestão de Marcelo Miranda (MDB).

Operação Brutus e Hastati – realizada em 10 de março de 2020 contra um mesma organização criminosa especializada em corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a polícia, os envolvidos tinham poderes para “desviar recursos públicos e agir nas mais diversas frentes para garantir que as ações ilícitas se mantivessem encobertas”. O grupo movimentara milhões através de empresas do ramo gráfico. Os prejuízos podem ultrapassar R$10 milhões.

Segundo a Polícia Federal, os elementos reunidos até o presente momento apontam para o pagamento de propinas em espécie, que eram transportadas em envelopes até serem entregues diretamente aos chefes da organização criminosa.

Em ações anteriores, durante a realização de buscas nas residências e nos escritórios ligados aos investigados, os policias identificaram um grande número de envelopes que podem ter sido utilizados para o transporte dos valores.

Análises realizadas pela equipe de Policiais Federais conseguiram revelar evidências de que efetivamente se tratavam de envelopes utilizados para o pagamento das propinas, o que foi detalhado pelas colaborações premiadas firmadas e por outras diligências realizadas pela PF.

A organização criminosa é suspeita de ter mantido um sofisticado esquema para a prática de crimes com o objetivo de acumular riquezas em detrimento dos cofres públicos, além de praticar atos de intimidação e embaraço a investigações.

O nome da operação é uma referência a possível motivação que levou os investigados a manterem guardados, alguns por mais de uma década, os envelopes nos quais supostamente eram transportadas e entregues as vantagens indevidas.

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