17/10/2013 – Governo muda edital com receio de fracasso em Confins
O Estado de S. Paulo
Anne Warth
O governo fez ajustes no edital do leilão dos aeroportos de Galeão, no Rio de Janeiro, e Confins, em Belo Horizonte, para ampliar a concorrência entre os consórcios. O objetivo é evitar a concentração de interesse por Galeão, considerado a joia da coroa, e um fracasso na licitação de Confins.
As regras do leilão não permitem que um mesmo consórcio arremate os dois aeroportos. Por isso, alguns grupos haviam sinalizado ao governo que iriam priorizar Galeão e não fariam nenhuma oferta por Confins.
Como o aeroporto mineiro é menos atrativo, o receio dos consórcios é o de que sejam os únicos a fazer um lance por Confins e o arrematem, o que automaticamente os retiraria da disputa por Galeão.
Para evitar que isso ocorra, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou normas que estimulam os consórcios a fazer propostas pelos dois aeroportos e oferecem soluções paia a eventual possibilidade de que um mesmo grupo faça o melhor lance por Confins e Galeão. Nessa hipótese, ele só será considerado vencedor do aeroporto cuja proposta corresponda ao maior valor ofertado, em termos absolutos.
Como a outorga mínima para o Galeão, de R$ 4,828 bilhões, é bem superior à de Confins, de R$ 1,096 bilhão, se isso ocorrer, ele só levará Galeão. Mas se essa regra não for suficiente para determinar o vencedor, o consórcio poderá, ainda, manifestar qual deles prefere.
“Nós queremos que todos deem lances para os dois”, afirmou o diretor-presidente da Anac, Marcelo Guaranys. “Não queremos “desincentivar”lances para os dois. E essa alteração visa justamente incentivar lances pelos dois aeroportos”, disse Guaranys.
Risco. A mudança nos editais, no entanto, não afasta totalmente um dos fantasmas que assombram o governo. Se o mesmo grupo oferecer a melhor proposta pelos dois, optar por Galeão e tiver sido o único a ter feito lance por Confins, o aeroporto mineiro ficará sem vencedor.