18/07/2013 – Sete empresas são eliminadas na licitação para o trem-bala
Folha Press
Dimmi Amora
A EPL (Empresa de Planejamento e Logística) eliminou sete de oito concorrentes que disputavam a licitação para o gerenciamento do projeto do trem-bala ligando Campinas-SP-RJ. O processo começou no mês passado e envolvia companhias de seis países. O único concorrente ainda na disputa agora é o consórcio composto pela italiana Italfer e pela brasileira Geodata.
A contratação da empresa gerenciadora é uma etapa considerada pelo governo importante para a implantação do trem de alta velocidade. Essa empresa vai contratar as companhias que vão fazer o projeto executivo da obra e fiscalizar a implantação do trem-bala.
O projeto executivo vai dar um preço mais preciso para a construção dos 511 quilômetros ligando o Rio de Janeiro a São Paulo. Em 2008, o projeto foi orçado em R$ 33 bilhões, mas empresas do setor de construção civil apontam que os estudos que apontaram o valor eram insuficiente para a construção e que ele pode ser até 60% maior.
A licitação para a escolha da gerenciadora tem três etapas. A primeira foi a proposta de preços, apresentada no mês passado. O consórcio da Italfer era o terceiro colocado, com preço de R$ 77,3 milhões, valor R$ 3,2 milhões acima do consórcio primeiro colocado, formado por companhias francesas e brasileiras.
A segunda etapa, que foi encerrada ontem com apenas um consórcio habilitado, era a de habilitação técnica das empresas. Nela, eram verificados atestados e outros documentos que comprovariam a qualidade da companhia. Há ainda uma terceira etapa que é a proposta técnica que começará a ser analisada a partir desta sexta.
As empresas que foram eliminadas ainda podem recorrer da decisão. Caso nenhuma delas volte à disputa, os italianos serão os vencedores. Se alguma voltar à disputa, a EPL vai fazer uma ponderação entre a nota técnica e o preço da habilitadas para escolher a vencedora.
Empresas italianas, entre elas a Italplan, estavam envolvidas numa fracassada tentativa de construir um trem-bala ligando São Paulo ao Rio de Janeiro no começo da década de 2000. As empresas apresentaram ao governo um projeto que seria completamente privado, sem qualquer uso de recursos públicos.
O custo do projeto era estimado então em cerca de US$ 9 bilhões. Mas o TCU (Tribunal de Contas da União) apontou irregularidades no processo e o governo então desistiu de fazer o trem-bala com os italianos. Resolveu iniciar os estudos que resultaram no atual processo de concessão que se arrasta desde 2010.