Diário do Rio
Esquema resultou na prisão de 3 secretários estaduais de Obras
Uma investigação do Ministério Público Federal apontou que a Secretaria Estadual de Obras do RJ passou cerca de 15 anos em meio a um grande esquema de corrupção que resultou no desvio de R$ 4 bilhões. O dinheiro, seria destinado, entre outras obras, para os reparos em encostas na Região Serrana, e poderia ter evitado a tragédia de Petrópolis, da última terça-feira (15/02). A organização criminosa, coordenou ações fraudulentas em licitações, superfaturou material de construções e desviou dinheiro público.
Segundo o Ministério Público Federal a pasta foi transformada arrecadadora de propina, além de reter dinheiro clandestino para campanha política do então PMDB. A informação foi divulgada pelo portal G1.
A investigação mostra que havia até uma porcentagem de propina própria, chamada “taxa de oxigênio”. Os procuradores descobriram que, além dos 5% que as empreiteiras pagavam ao ex-governador Sérgio Cabral, havia um pagamento a mais, de 1%, exclusivo para a secretaria.
Nos últimos anos, a secretaria de Obras teve três titulares presos e condenados:Hudson Braga, José Iran e Luiz Fernando Pezão.
O MPF apontou também que tragédia da Região Serrana, em 2011, foi uma mina de ouro para a quadrilha, segundo os procuradores, com liberação de muitas obras em pouco tempo e, principalmente, em caráter emergencial, as autoridades contrataram sem a licitação tradicional, o que é permitido, mas se tornou uma justificativa para a corrupção.