G1 Ribeirão e Franca
Marido de ex-secretária de administração, Átila Juliano da Silva é um dos cinco presos preventivamente pela força-tarefa. Prefeito foi afastado por 90 dias.
O Ministério Público confirmou a prisão do empresário Átila Juliano da Silva, investigado por participação nas fraudes apontadas na Operação Eminência Parda, em Morro Agudo (SP).
Marido da ex-secretária de administração Cleire de Souza, que também é investigada e se entregou na última terça-feira (17), Silva é suspeito de ter se beneficiado de licitações direcionadas na Prefeitura, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Franca (SP).
Os agentes cumpriram o mandado de prisão preventiva com base em decisão da Justiça expedida na noite de sexta-feira (20). Segundo o promotor Rafael Piola, Silva foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Franca depois de ser comunicado sobre a decisão em casa.
Um dos advogados de defesa, Denilson Carvalho informou neste sábado (21) ao G1 que seu cliente nega as acusações e que vai recorrer da medida.
“Átila nega qualquer irregularidade. A defesa entende que o MP, o Gaeco, se precipitou por conta da ausência de qualquer materialidade que justifique a prisão do Átila. Assim que tivermos conhecimento da denúncia na segunda-feira [23] entraremos com pedido de liberdade provisória”, afirmou.
Além do empresário e a ex-secretária de Administração, outras três pessoas investigadas na força-tarefa estão presas preventivamente: a chefe do setor de licitações da Prefeitura, Mara Cristina Braga Pereira, o secretário de Serviços Urbanos , Transportes e Obras Públicas João Marcos Ficher e o ex-assessor de assuntos urbanos Tiago Stolarique.
Presos na primeira fase da operação, o vereador Elvis Júnio Marques (PT) e a secretária Elisiane Ferreira tiveram liberdade concedida pela Justiça. O prefeito Gilberto Barbeti (PDT) foi afastado do cargo por 90 dias.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, os envolvidos são investigados por desvio ao menos R$ 1 milhão dos cofres públicos, a partir de fraudes em licitações e contratos.
As suspeitas surgiram em novembro de 2017, após a deflagração da Operação Purgamentum, que apurava fraudes em contratos de coleta de lixo não região de Ribeirão Preto (SP) e no Sul de Minas Gerais, e que levou o ex-prefeito de Passos (MG) Ataíde Vilela (PSDB) à prisão.
Eminência Parda
Deflagrada na última quarta-feira (11), a Operação Eminência Parda investiga um esquema de fraudes em licitações envolvendo secretários municipais, vereadores, funcionários públicos e um ex-servidor de Morro Agudo, que teve os direitos políticos suspensos pela Justiça.
Ainda de acordo com o Gaeco, os suspeitos direcionavam contratos a pessoas que integravam o esquema, incluindo parentes, vereadores e laranjas, dispensando processos licitatórios para contratação de prestadores de serviços à Prefeitura..
Cada chefe de secretaria ficava responsável para que os serviços necessitados pela pasta fossem conduzidos a membros da quadrilha. O mesmo grupo já teria agido em duas gestões anteriores do prefeito Barbeti, de 2005 a 2012, mas de forma menos engenhosa.
Orçamentos falsos e com preços fictícios foram confeccionados para que as licitações fossem direcionadas. Ainda segundo a Promotoria, o vereador petista é suspeito de usar nomes de terceiros para que a serralheria dele pudesse obter contratos da Prefeitura.
Na serralheria do vereador, os policiais apreenderam munição de calibres 22 e 38. Na casa do secretário de Obras, foram apreendidas duas espingardas. Já em um imóvel apontado como sendo de Cleire, em Ribeirão Preto (SP), os promotores apreenderam R$ 31 mil.