24/01/2012 – Licitação com cheiro eleitoral
Correio Braziliense
No apagar da gestão à frente do Ministério da Educação (MEC), o ministro, Fernando Haddad, lançou edital para contratar uma empresa para monitorar as principais redes sociais da internet. O ambiente virtual é uma das vedetes em ferramentas de propaganda que serão utilizadas nas últimas eleições de 2010. A contratação é recebida com receio por integrantes da oposição e pré-candidatos nas próximas eleições, que não descartam o uso dos dados para abastecer com informações a campanha de Haddad na disputa pela prefeitura de São Paulo.
De acordo com o edital será feito um monitoramento diário dos perfis do MEC e das informações relacionadas ao órgão nas redes sociais como Twitter e Facebook. O trabalho dos consultores consistirá em avaliar a evolução da imagem da pasta dentro das redes; a indicação dos assuntos mais relevantes abordados pelos usuários e a identificação das principais fontes influenciadoras e sugestões, entre outras. O contrato de um ano é estimado em R$ 619 mil.
“Isso é uma imoralidade. Se o monitoramento fosse essencial para a Educação, já deveria ter sido feito. Fazer isso na véspera de sair em campanha? As suspeitas são bem objetivas. Não tem nenhuma serventia para a Educação, apenas para a campanha de Haddad”, disparou o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP). “Certamente, como a marca dele (Haddad) é a Educação, não tem passagem por outros setores da política, esses dados analíticos podem até servir para ele se defender dos questionamentos dos adversários”, avaliou o deputado Ivan Valente(PSol-SP).
O MEC diz que as redes sociais fazem parte de uma política “eficiente” de comunicação. “Nosso objetivo não é avaliar a gestão dele (Haddad) junto às redes sociais, mas o impacto das políticas públicas do ministério junto a seu público alvo”, diz trecho da nota. Os dados não serão disponibilizados para o público.