26/11/2015 – Presos em operação ganharam R$ 500 mil ao fraudar licitações, diz MP
G1 GOIÁS
Os empresários presos nesta quarta-feira (25) durante operação que apura fraudes em licitações são suspeitos de agir em pregões feitos pelas prefeituras de Cocalzinho de Goiás, Caldas Novas e Rio Verde. Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), um dos presos era proprietário das três empresas investigadas e os outros três, sócios. Com as fraudes, o grupo lucrou cerca de R$ 500 mil.
Deflagrada nesta manhã, a Operação Banquete cumpriu quatro mandados de prisão temporária, dez de busca e apreensão e três de condução coercitiva em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Os detidos são suspeitos de fraudar pregões de fornecimento de alimentos industrializados para hospitais, creches e outros órgãos das três cidades.
Conforme o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), um dos presos, que não teve a identidade divulgada, é o dono das três empresas envolvidas. Ele tinha familiares e laranjas como sócios. A esposa, o primo e um funcionário do suspeito também foram detidos, suspeitos de serem parceiros nas empresas.
Entre as três pessoas que foram conduzidas para prestar depoimento está uma antiga emprega doméstica do dono das três empresas. De acordo com a investigação, ela era usada pelo grupo como laranja em um dos empreendimentos.
“A comissão de licitação em Rio Verde informou ao MP que havia suspeitas de fraude na licitação. Iniciamos as investigações e apuramos que três das empresas que participaram tinham entre os representantes pessoas com o mesmo sobrenome, as propostas eram muito parecidas em formatação e preço e elas tinham sede no mesmo endereço”, explicou.
O MP não encontrou funcionários públicos que pudessem ter ligações com o grupo. Após a denúncia da promotoria, a licitação de Rio Verde, no sudoeste do estado, foi suspensa. O contrato pagaria R$ 1 milhão para a empresa vencedora da licitação.
De acordo com o promotor, as investigações continuam para apurar se foram cometidos outros tipos de crime. “O grupo vai responder pelos crimes de associação criminosa e por fraude em licitações. Ainda entre as possíveis punições pode estar a proibição de que as empresas participem de novas licitações, mas isso ainda não está previsto”, esclareceu Otsuka.