22/01/2012 – Vencedora de licitação do transporte tem sede em fundo de quintal

Diário de Marília

Documento da “Viação Sorriso de Marília” declara capital de apenas R$ 10 mil

Um corredor estreito, por onde não passaria nem uma carroça, quanto mais um ônibus, consta como endereço de uma das empresas que a Prefeitura de Marília anunciou como vencedora da maior licitação da história da cidade: a concessão do transporte coletivo urbano. Conforme mostra documento obtido com exclusividade pelo Diário, a “Viação Sorriso de Marília” está instalada na rua Duque de Caxias, 293, em imóvel anexo a uma oficina mecânica.

No momento em que a administração municipal está atolada em um lamaçal de suspeição, alvo de inúmeras denúncias de corrupção e improbidade administrativa, este é mais um escândalo com que a população é presenteada no apagar das luzes do “Governo Solidário”.

Como se não bastasse a sede em fundo de quintal, o contrato social da “Viação Sorriso de Marília” revela o capital da empresa de apenas R$ 10 mil. Para se ter uma ideia, um único ônibus zero quilômetro custa em torno de R$ 350 mil, o que exigiria investimento de milhões de reais só na aquisição da frota para a prestação do serviço, fora a construção da garagem etc.

VALE DO SOL

A empresa “Vale do Sol” fez uma série de denúncias graves envolvendo a licitação do transporte coletivo urbano. Uma das ações tramita na 3ª Vara Cível de Marília, tendo obtido medida liminar contra três empresas: “Grande Bauru” e “Cidade Sorriso”, que a Comissão de Licitação considerou vencedoras, além da empresa “Sertran”, de Sertãozinho.

Chama a atenção dos especialistas o fato de que as duas empresas vencedoras tinham sido consideradas inabilitadas pela mesma Comissão de Licitação da Prefeitura. Não se sabe qual mágica aconteceu para que, através de uma liminar, as duas empresas conseguissem voltar ao páreo e, por incrível que pareça, sagrarem-se vencedoras do processo licitatório.

Informações obtidas pela reportagem dão conta de que a empresa “Vale do Sol” está municiada de documentos que, até o julgamento final dos processos, deverão emperrar a licitação.

Com a palavra o “Governo Solidário”, que deixou a cidade abandonada, com vias intransitáveis tamanha a quantidade de buracos, escândalos de cobrança de propina da merenda escolar, pagamento de mensalão de R$ 500 mil a aliados políticos, operado pelo ex-chefe de gabinete Nelson Grancieri, falta d’água, obras inacabadas e saúde caótica.

 

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