Jornal de Hoje
Mauri Melo
Prefeito afastado afirma que só vai se pronunciar depois que tiver acesso aos documentos citados na entrevista
Uma “fábrica de licitações”. É assim que o promotor de Justiça de Quixeramobim, Igor Pinheiro, define o suposto esquema de fraudes em licitações que funcionava no Município. Segundo ele, as licitações eram oficializadas com data retroativa.
Ontem, durante entrevista coletiva, o Ministério Público Estadual (MPE) detalhou como ocorriam as supostas fraudes, apresentando documentos e provas e negando qualquer perseguição aos gestores à frente da Prefeitura. Pinheiro mandou recado aos parlamentares que criticaram a ação do Ministério Público, reforçando que as provas já obtidas estão à disposição.
Na ocasião, foram apresentados vídeos e documentos apreendidos durante as operações Quixeramobim Limpo I e II, após o afastamento por 180 dias do prefeito Cirilo Pimenta (PSD), do vice-prefeito Tarso Borges (PMDB), e de outros 24 gestores.
Eles foram afastados por determinação judicial, fruto de ação movida pelo MPE, para garantir o andamento das investigações.
Nos computadores da Prefeitura, havia arquivos com papéis timbrados em branco de empresas que estariam sendo beneficiadas pelas licitações. Havia ainda propostas de preços destas empresas a licitações que sequer haviam sido lançadas.
Na primeira página de algumas licitações, havia observações e lembretes, informando o que faltava ser colhido para a licitação ficar conforme determina a legislação.
Com a apreensão de computadores, o MPE localizou também troca de mensagens entre gestores indicando que a Prefeitura manipulava documentos, segundo Pinheiro, para driblar a fiscalização pelos órgãos controladores. Segundo o MPE, até o momento, já foram constatadas as irregularidades na tramitação das licitações, mas ainda é investigado se houve desvio de recursos públicos por parte dos gestores.