16/06/2018 – Ex-diretor-geral do DER fecha acordo de delação premiada
Folha de Londrina
A defesa do ex-diretor-geral do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) do Paraná, Nelson Leal Júnior, confirmou a homologação de um acordo de delação premiada entre o réu e o MPF (Ministério Público Federal) no decorrer das investigações da Operação Integração.
No acordo Leal Jr. confirmou e se comprometeu em elucidar todos os crimes cometidos contra a administração pública, como sonegação fiscal, fraudes contra licitações, lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção passiva e ativa. O acordo de delação premiada foi assinado no início de maio e já era esperado desde que Nelson Leal contratou Tracy Reinaldet e Gustavo Sartor, advogados especializados neste recurso. Desde então o ex-diretor-geral do DER cumpre prisão domiciliar. No TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª região) o acordo foi homologado no início deste mês e, nele, Leal confirma o que as investigações iniciadas na Justiça Federal de Jacarezinho, a 150 quilômetros de Londrina, apontaram.
No acordo o réu se comprometeu em pagar uma multa de R$1,2 milhão e entregar à Justiça um apartamento em Balneário Camburiú (SC) avaliado em R$2,5 milhões que teria sido adquirido parcialmente com dinheiro de propina.
A Operação Integração foi deflagrada em fevereiro e é um braço da Operação Lava Jato. O foco são lotes do Anel de Integração, que liga as principais cidades do Paraná em 2,4 mil quilômetros de estradas.
Segundo a Polícia Federal, a Concessionária Triunfo Econorte usou os serviços dos operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran para lavar o dinheiro que teria sido pago como propina a funcionários do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem) e Casa Civil do governo do Paraná. Segundo o MPF, pelo menos R$ 63 milhões, dos R$ 2,3 bilhões recebidos pela Econorte entre 2005 e 2015, foram repassados a empresas de fachada ou sociedades cuja prestação de serviço ou entrega não foram confirmadas.
Em fevereiro, além de Leal Júnior, foram presos preventivamente o ex-funcionário Oscar Alberto Gayer, Wellington de Melo Volpato, sócio da Eco Sul Brasil Construtora, o diretor-presidente da Triunfo Econorte Helio Ogama, o administrador da Rio Tibagi, Leonardo Guerra e Sandro Antônio de Lima, funcionário da Econorte.
Além de mandados de busca e apreensão nas sedes das empresas e na Casa Civil. Outros 55 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Londrina, Jataizinho, Ibiporã, Paranavaí e outros municípios do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Nesta semana o juiz Sérgio Moro determinou o envio dos inquéritos para a 23ª Vara Federal de Curitiba alegando excesso de trabalho e admitindo que este processo não tem ligação com a Petrobrás.