21/06/2018 – Reginaldo Campos confirma favorecimento a empresas em licitações realizadas pela Câmara
G1 Santarém, PA
Em um contrato para fornecimento de refeições e organização de eventos para a Câmara, a empresa vencedora foi usada para que outra pudesse receber pagamentos por refeições fornecidas ao legislativo.
Em colaboração premiada, o ex-vereador Reginaldo Campos, reú da “Perfuga”, confirmou ao promotor público Rodrigo Aquino, que houve favorecimento a empresas investigadas na Operação Irmandade, para que vencessem processos licitatórios da Câmara Municipal de Santarém, no oeste do Pará.
Os vídeos da colaboração foram liberados pelo Ministério Público, com autorização do poder judiciário nesta quinta-feira (20).
Em um dos vídeos, Reginaldo Campos revela que no Contrato 007/2016, a empresa Renato R.M da Silva ME, que venceu a licitação para aquisição de serviços para realização de eventos, coquetéis, fornecimento de refeições do tipo marmitex, variação de cardápio para atender a Câmara, foi favorecida por intermédio dele. O contrato foi assinado em 04/07/2016.
“Havia necessidade de fazer pagamento desses itens, principalmente de marmitex. Então, eu sugeri ao seu Rubens (Athias) que desse uma atenção especial ao senhor Renato, para que ele pudesse ganhar a licitação, uma vez que ele também já estava me pedindo isso, e também porque ele era uma pessoa que me ajudava, que estava ali próximo da gente. E havia a necessidade de pagar alguns marmitex que eram pegos da ‘Piracatu’ e não tinha mais como pagar diretamente pela Câmara”, revelou Reginaldo.
Sobre o contrato 008/2016, assinado em 04/07/2016 com a empresa Viva Comercial Serviços, registrada em nome de Givanildo Figueira Santos, preso na operação “Irmandade”, que tinha como objeto a contratação de serviço de manutenção preventiva e corretiva, e troca de peças dos veículos da Câmara Municipal, Reginaldo Campos disse que houve emissão de notas pela empresa com cobrança de serviços que não foram prestados.
“Foram tiradas algumas notas de serviço. A Câmara fazia o pagamento e parte do dinheiro era para o imposto, parte ficava comigo, e o restante para a empresa. Mas não era feito o serviço. A parte que ficava pra mim era repassada em dinheiro pelo Westerley”, contou.
Ainda segundo revelações de Reginaldo na colaboração premiada, foi ele quem solicitou ao setor de licitação da Câmara, a contratação dos serviços de manutenção dos veículos. Questionado pela promotora Maria Raimunda, sobre quem indicava quais peças deveriam ser lançadas nas notas, Reginaldo disse que apenas dizia o valor que deveria constar da nota.
Sobre a participação de Westerley Jesus de Oliveira na empresa Viva Comercial, Reginaldo Campos disse que acredita que a empresa era dele, porque sempre foi Westerley quem buscou informações sobre a licitação na Câmara. “Westerley sabendo da necessidade do serviço de manutenção dos carros, passou a ter contato com o setor de licitação para participar. A Viva ganhou a licitação, mas eu nunca estive no endereço da empresa. Também desconhecia de que fosse de Givanildo. Meu contato sempre foi com o Westerley”, afirmou.