O Globo
Isabel Braga
BRASÍLIA. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou ontem que o ritmo das licitações para exploração do pré-sal será ditado pela necessidade de se levantar recursos para financiar novos investimentos públicos e privados e pela capacidade de os brasileiros fornecerem materiais e equipamentos. E alertou que a ânsia pela perfuração de novos campos não pode ocorrer às custas da desindustrialização.
Segundo Gabrielli, que esteve no Congresso para uma audiência pública, é preciso fazer licitações para novas áreas considerando-se a velocidade de construção de novos equipamentos no país. Senão, acaba-se impedindo que a indústria nacional cresça, “o que é muito ruim”, afirmou ele.
Para Gabrielli, embora haja necessidade de alimentar, o mais rapidamente possível, o Fundo Social, onde serão poupadas as receitas federais com a atividade, para financiamento de projetos em vários setores é preciso levar em conta a oportunidade de crescimento da indústria.
– É necessário que a velocidade (de licitação) dessas novas áreas seja também regulada pela capacidade dos estaleiros, pela capacidade da produção de máquinas e equipamentos, de produção de conhecimento e desenvolvimento científico do país referente à cadeia de suprimentos de óleo e gás.
Indagado se as licitações poderiam ocorrer já em 2011, Gabrielli afirmou que a decisão será tomada pelo Conselho Nacional de Política Energética.