26/05/2011 – Polêmica fica para depois
Correio Braziliense
Izabelle Torres
Depois de enfrentar a batalha durante a votação do Código Florestal e abrir feridas dentro da própria base, o governo desistiu de se arriscar no plenário votando a proposta que modifica a Lei de Licitações e abre brechas para contratar empresas responsáveis pelas obras para a Copa do Mundo e a as Olimpíadas. A manobra estava incluída na Medida Provisória n° 521/2010, que reajustou o valor da bolsa para médicos residentes de R$ 1.916,45 para R$ 2.338,06 a partir de 1º de janeiro de 2011. De última hora, o governo decidiu retirar o polêmico penduricalho e a MP foi aprovada por unanimidade.
Para o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a decisão foi uma forma de evitar novos conflitos e discussões acirradas. “Achamos melhor colocar o tema para a semana que vem e deveremos incluí-lo em outras propostas em tramitação. Acho que vai ficar mais fácil negociar”, diz.
Usando tom conciliador e evitando grandes embates em plenário, o governo conseguiu aprovar também a MP n° 520/2010, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para administrar os hospitais universitários federais. Considerada uma espécie de “privatização” dessas instituições, a proposta teve críticas e votos contrários de integrantes da base aliada e até do próprio PT. Mas foi aprovada mesmo assim. “Essa medida provisória acaba com a autonomia das universidades. Temos de nos posicionar e dizer que, se tivéssemos tido tempo de negociá-la corretamente, poderíamos aprovar uma proposta realmente interessante para as universidades”, criticou Alice Portugal (PCdo-BA).