06/10/2017 – PF cumpre mandados contra suspeitos de irregularidades no fornecimento de merenda escolar e quentinhas no RJ
G1 Rio
Alba Valéria Mendonça
Agentes visam cumprir 21 mandados de prisão e mais de 30 de busca e apreensão contra suspeitos de fornecer merenda escolar e quentinhas para presídios.
A Polícia Federal está nas ruas do Rio para cumprir 21 mandados de prisão temporária e mais de 30 de busca e apreensão, nesta sexta-feira (6), contra suspeitos de cometer irregularidades no fornecimento de quentinhas e de merenda escolar para escolas na Baixada Fluminense. Os agentes cumprem mandados no Rio, Niterói e Duque de Caxias. Até as 9h, 15 empresários tinham sido presos.
Um dos mandados está sendo cumprido em um prédio na Avenida Lúcio Costa, Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em frente à praia, onde mora o empresário Antônio Carlos Monteiro, dono da empresa Home Bread Indústria e Comércio, contratada para fornecer merenda escolar. Há pelo menos dois anos a empresa é investigada pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal.
“A investigação começou há um ano, depois de um pedido encaminhado pelo MPF para apurar suspeitas de fraude em licitação de empresas que fornecem merenda escolar. Em um ano de investigação, constatamos o desvio de mais de R$20 milhões dos cofres públicos, em contratos firmados principalmente com prefeituras da Baixada Fluminense”, disse o chefe da delegacia responsável pela investigação, delegado Sandro Luiz do Valle Pereira.
As acusações vão desde superfaturamento de merenda escolar a fraudes em licitações de fornecimento de quentinhas a presídios estaduais. Os agentes chegaram aos endereços dos suspeitos por volta das 6h. A investigação durou cerca de um ano e 160 agentes participam da ação.
A Polícia Federal diz que há formação de cartel por parte de algumas empresas para desviar recursos públicos destinados à merenda escolar na Baixada Fluminense.
As investigações identificaram diversos procedimentos licitatórios viciados, com evidências de direcionamento dos certames, superfaturamento, corrupção, além da constatação de utilização de empresas constituídas em nome de “laranjas”, blindagem patrimonial e lavagem de dinheiro.
“O esquema envolvia a criação de empresas laranjas nas licitações. Além da fraude nas licitações, os empresários também não forneciam o material contratado, forneciam material de qualidade inferior a contratada e superfaturavam as contas”, disse Pereira.
Os presos serão indiciados por formação de cartel, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e multas. Os presos serão levados para o sistema prisional do estado, onde permanecerão à disposição da Justiça.
Presos e material apreendido estão sendo levados para a sede da Superintendência da PF, na Praça Mauá, no Rio. A primeira fase da operação focou na prisão dos empresários, mas a PF segue investigando o caso para apurar a participação de políticos e de servidores na fraude.