14/04/2015 – Ação da PF que apura fraude em licitações no IFC e na UFSC prende 4
G1
Operação também cumpriu 7 mandados de busca e apreensão em SC.
Presos teriam ligações com funcionários das instituições de ensino.
Quatro pessoas foram presas nesta terça-feira (14) na Operação Ponto Final, deflagrada pela Polícia Federal de Criciúma, no Sul de Santa Catarina. A ação aconteceu após investigações apontarem irregularidades em licitações envolvendo o Instituto Federal Catarinense (IFC) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Participaram da operação 35 policiais federais de Criciúma, Chapecó e Florianópolis. Uma pessoa foi presa na cidade de Luzerna, no Oeste do Estado, e outras três em Santa Rosa do Sul, no Sul do estado, segundo informou a assessoria de comunicação da PF. Todos pertenciam a empresas prestadoras de serviços de limpeza e segurança ligadas a um grupo que, segundo a PF, fraudava licitações.
O presos teriam ligações com funcionários das instituições de ensino. Em um dos casos, de acordo com a Polícia Federal, o vencedor de uma licitação no IFC de Santa Rosa do Sul era parente de quem coordenadou o ato licitatório.
“Constatamos que esse grupo criminoso controlava duas empresas que forneciam orçamentos com pequenas diferenças de preços nos serviços que seriam licitados no âmbito do IFC”, afirma o delegado da PF Rafael Antônio Broietti. “Com esses orçamentos, eles instruíam os procedimentos licitatórios e os procedimentos de renovação contratual”.
Documentos apreendidos
Além das prisões, foram cumpridos três mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é intimada a prestar esclarecimentos, mas não é detida), de acordo com a Polícia Federal. Dois deles aconteceram em Santa Rosa do Sul, no Sul do estado, e outro em Florianópolis
De acordo com a PF, um dos processos licitatórios estaria relacionado a um modelo utilizado na UFSC. A polícia não deu mais detalhes sobre a suposta ligação. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão de documentos, que serão analisados pela Polícia Federal.
A partir da análise desses documentos, mais mandados de prisão podem ser expedidos nos próximos dias, de acordo com a Polícia Federal.
Um ano e meio de investigação
As investigações começaram em outubro de 2013, após denúncias que apontavam supostas irregularidades nas licitações envolvendo o campus de Sombrio do IFC. Segundo a PF, as investigações indicaram fraudes em outros campi do estado.
De acordo com o delegado Broietti, os presos na operação serão interrogados e indiciados por fraude em licitação, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Instituições
Em nota, o IFC informou que houve uma diligência da PF no campus de Santa Rosa do Sul na manhã desta terça (14) e que um processo de 2013 foi apreendido. “Fomos pegos de surpresa. Estamos colaborando com as investigações, mas ainda não tivemos acesso ao teor do processo”, afirmou o diretor-geral, Carlos Krause.
A assessoria de comunição do campus de Luzerna do IFC também emitiu nota, informando que agentes da PF “cumpriram mandado de busca e apreensão de um processo licitatório para análise e apuração de sua legalidade”. A direção do campus afirma que está contribuindo com a investigação.
A nota afirma ainda que “ao contrário de alguns boatos, nenhum servidor do câmpus foi preso”.
A assessoria de imprensa da UFSC informou que ainda não teve acesso ao processo e que a universidade não se manifestará por enquanto.