19/01/2016 – Seis são presos por fraudar licitações de merenda em 16 cidades de SP
G1 Ribeirão e Franca
Polícia apura irregularidades em contratos com cooperativa de Bebedouro.
Suspeitos cobravam propina de funcionários de prefeituras, diz promotoria.
Pelo menos seis pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (19) em Bebedouro (SP), suspeitas de envolvimento em um esquema de fraude na compra de alimentos de merenda escolar por prefeituras de 16 cidades no interior e no litoral de São Paulo.
Segundo a Delegacia Seccional de Bebedouro, um sétimo suspeito está foragido e todos os mandados de prisão envolvem integrantes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que é baseada na cidade.
Nenhum representante da cooperativa foi encontrado pela reportagem do G1 para comentar as suspeitas.
A operação “Alba Branca” foi desencadeada a partir de uma investigação da Polícia Civil, e cumpriu 24 mandados de busca e apreensão. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apoiou a ação.
Polícia Civil cumpre mandados em Bebedouro e em outras 16 cidades de SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Propina
Segundo o promotor de Justiça Leonardo Romanelli, as investigações apontam fraude em contratos forjados de merenda escolar, entre prefeituras e a cooperativa de Bebedouro. “Eles cobravam propinas de funcionários públicos e repassavam comissões para os vendedores”.
Entre os presos nesta terça-feira, estão o presidente e o ex-presidente da Coaf, além de vendedores da cooperativa. Até o início da tarde, 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e mais de R$ 140 mil foram recolhidos.
O tamanho da fraude, entretanto, ainda não foi identificado. Entre os contratos, havia, por exemplo, uma licitação de R$ 500 mil com a Prefeitura de Bebedouro e duas, de R$ 1 milhão e R$ 2 milhões com a Prefeitura de Campinas. “Em algumas cidades, vemos valores muito grandes sendo cobrados nesses contratos”, afirmou Romanelli.
Cidades envolvidas
Em Bebedouro, 40 policiais civis e delegados participam da operação, que ocorre também em sedes de prefeituras nas cidades de Paraíso, Novaes, Santos, Sumaré, Americana, Colômbia, São Bernardo do Campo, Campinas, Santa Rosa do Viterbo, Bauru, Mogi das Cruzes, Barueri, Araras, Cotia, Mairinque e Caieiras.
Além das prisões, a polícia faz buscas por documentos que podem servir de prova para o andamento das investigações. Entre as buscas, estão mídias digitais como HD’s, DVD’s e pen-drives, além de dinheiro em espécie, cheques preenchidos e outros tipos de documentos.